O tema referenciado acima já foi e tem sido, com certeza, objeto de elucubrações em inúmeras mentes, inclusive podemos arrolar nessa lista o cristão Santo Agostinho.
Revelação Fé Razão e Lógica. Será Possível?
Introdução
O tema referenciado acima já foi e tem sido, com certeza, objeto de elucubrações em inúmeras mentes, inclusive podemos arrolar nessa lista o cristão Santo Agostinho.
Se você tem muitas dúvidas, crises existenciais e muitas questões em sua mente, saiba que isso não é uma particularidade sua. Talvez até alguém se sinta rejeitado por Deus por fazer tantas perguntas que parecem não ter respostas. Acha que Deus só quer pessoas quietinhas e conformadas que não fazem perguntas?
De modo algum, Deus não tem o menor problema com relação à nossa capacidade de pensar, pois foi Ele mesmo que nos habilitou para tal. Certamente, Ele nos deu essa aptidão para nos permitir escolher o bem e rejeitar o mal. Mas, desde que o homem foi criado, e estabelecido na terra e fez suas escolhas, o cenário mudou grandemente. Muitas coisas entraram no mundo, gerando controvérsias que são agora questionadas por nossas mentes atormentadas em constantes Porquês? Como? O notável teólogo e filósofo, Santo Agostinho, é um exemplo de cristão que nunca parou de buscar respostas para questões como essas, pois era um pensador. Todavia buscava suas respostas em Deus e junto a Deus. Ele não desistia mesmo no caso de não a encontrar imediatamente, continuava sem excluir a fé, a esperança e a confiança. As questões que ele não conseguiu fechar aqui, com certeza foram esclarecidas quando chegou à presença de Deus e de seu Amor Eterno.
Como exemplo, dessa procura de Agostinho. Veja abaixo um pequeno extrato do seu livro “Confissões”:
Salvos e bem arraigados, no meu coração, estes princípios, investigava angustiosamente a origem do mal. Que tormentos aqueles do meu coração parturiente! Quantos gemidos, meu Deus! Quando em silêncio, esforçadamente, Vos procurava, grandes clamores se dirigiam à vossa misericórdia. Eram as angústias tácitas da minha alma. Vós sabíeis o que eu padecia, mas nenhum homem o sabia.
O grande problema se instala em nossa vida quando buscamos respostas em outras fontes, abandonando a Deus, porque afastar-se de Deus nunca foi uma boa ideia. Se o fizermos, poderemos cair em laços perigosos e teias de mentira, vãs filosofias, as quais nunca irão nos satisfazer.
Portanto, sinta-se à vontade para pensar e buscar respostas, porém jamais abandone a fé, a esperança e a confiança, pois se excluirmos tais virtudes de nossa vida, as respostas não serão realmente respostas, mas teorias!
A grande batalha toma forma quando derrapamos em nossos pensamentos e vamos além da origem do ser humano e chegamos antes mesmo da existência do mundo. Assim começamos a questionar o surgimento do mal em contradição a Deus, o Criador de todas as coisas.
Diante a afirmação de que Deus é infinitamente bom, e sendo Ele o Criador de tudo que existe, como pode ter aparecido o mal sem que Ele o tenha criado?
1Jo 4:16 E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem permanece em amor, permanece em Deus, e Deus nele.
1Jo 4:9 Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por meio dele vivamos.
1Jo 4:8 Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.
Considerando outro argumento da perfeita santidade de Deus. Ele é Santo, e sendo Ele a essência da mais elevada e profunda virtude – que é o Amor-, como poderia Ele permitir o mal e seus efeitos ter lugar no universo? Será que o mal possui algum propósito na existência? Será que a criação, de alguma forma, escolheu não ficar a aparte desse conhecimento e experiência? As perguntas chegam a fazer fila… Mas chega, vamos trabalhar um pouco, e para isso dividimos o tema nos seguintes tópicos:
Introdução
1 – Agostinho e suas Questões
2 – Definição do Mal
3 – O Arbítrio e suas Possibilidades
4 – A Origem
5 – O Mal no Mundo
6 – Solução para os Efeitos no Homem
7 – Aniquilação do Mal
1 – Agostinho e suas Questões
Uma breve passagem pelas questões e soluções levantadas por Santo Agostinho pode nos ajudar muito nesse desenvolvimento. Veja alguns extratos de seu livro “Confissões” apenas para ilustrar o quanto essas questões lhe eram comuns:
-Que pretendo dizer, Senhor meu Deus, senão que ignoro donde parti para aqui, para esta que não sei como chamar, se vida mortal ou morte vital?
– Assim, afastava-me da verdade com a aparência de caminhar para ela, porque não sabia que o mal é apenas a privação do bem, privação cujo último termo é o nada.
– Todavia, não tinha uma ideia clara e nítida da causa do mal. Porém, qualquer que ela fosse, tinha assente para mim que de tal modo a havia de buscar, que por ela não fosse constrangido a crer, como mutável, um Deus imutável, pois, doutra maneira, cairia no mal cuja causa procurava. Por isso buscava-a com segurança, certo de que não era verdadeira a doutrina que estes homens pregavam. Fugia deles com a alma, porque, quando eu indagava a origem do mal, via-os repletos de malícia que os levava a crerem antes sujeita ao mal a vossa substância do que a deles ser suscetível de o cometer.
– Esforçava-me por entender (a questão) — que ouvia declarar — acerca de o livre arbítrio da vontade ser a causa de praticarmos o mal, e o vosso reto juízo o motivo de o sofrermos. Mas era incapaz de compreender isso nitidamente.
– Tentava arrancar do abismo a vista do meu espírito. Porém de novo mergulhava nele, e, sempre com reiterados esforços, me submergia sem cessar. Erguia-me para a vossa luz o fato de eu saber tanto ao certo que tinha uma vontade como sabia que tinha uma vida. Por isso, quando queria ou não queria uma coisa, tinha a certeza absoluta de que não era outro senão eu quem queria ou não queria, experimentando cada vez mais que aí estava a causa do meu pecado. Quanto ao que fazia contra a vontade, notava que isso era antes padecer (o mal) do que praticá-lo. Considerava isso não como uma falta, mas como uma punição, em que, reconhecendo a vossa justiça, era logo forçado a confessar que justamente recebia o castigo.
– Mas de novo refletia: “Quem me criou? Não foi o meu Deus, que é bom, e é também a mesma bondade? Donde me veio, então, o querer eu o mal e não querer o bem? Seria para que houvesse motivo de eu justamente ser castigado? Quem colocou em mim e quem semeou em mim este viveiro de amarguras, sendo eu inteira criação do meu Deus tão amoroso? Se foi o demônio quem me criou, donde é que veio ele? E se, por uma decisão de sua vontade perversa, se transformou de anjo bom em demônio, qual é a origem daquela vontade má com que se mudou em diabo, tendo sido criado anjo perfeito por um Criador tão bom?”
-É absolutamente certo que de modo nenhum pode a corrupção alterar o nosso Deus, por meio de qualquer vontade, de qualquer necessidade ou de qualquer acontecimento imprevisto, porque Ele é o próprio Deus, porque tudo o que deseja é bom e Ele próprio é o mesmo Bem. Ora, estar sujeito à corrupção não é um bem.
– Buscava a origem do mal, mas buscava-a erroneamente. E, ainda mesmo nessa indagação, não enxergava o mal que nela havia.
– Eis Deus, e eis o que Deus criou! Deus é bom e assombroso e incomparavelmente preferível a tudo isto. Ele é bom e, por conseguinte, criou boas coisas. E eis como Ele as rodeia e as enche! Onde está, portanto, o mal? Donde e por onde conseguiu penetrar? Qual é a sua raiz e a sua semente? Porventura não existe nenhuma? Por que recear muito, então, o que não existe?
– Qual a sua origem, se Deus, que é bom, fez todas as coisas? Sendo o supremo e sumo Bem, criou bens menores do que Ele; mas, enfim, o Criador e as criaturas, todos são bons. Donde, pois, vem o mal?
– Revolvia tudo isto dentro do meu peito miserável, oprimido pelos mordazes cuidados do temor da morte e por não ter encontrado a verdade.
– Entretanto buscava, sem êxito, a origem do mal. Porém, não permitíeis que eu, nas ondas do pensamento, me apartasse daquela fé pela qual acreditava na vossa existência, na vossa substância inalterável, na vossa providência para com os homens, e na vossa Justiça. Cria em Jesus Cristo, vosso Filho, na Sagrada Escritura, que a autoridade da vossa Igreja recomenda. Cria que Vós estabelecestes um caminho de salvação para os homens em direção àquela Vida que começa após a morte.
– Vi, pois, e pareceu-me evidente que criastes boas todas as coisas, e que certissimamente não existe nenhuma substância que Vós não criásseis. E, porque as não criastes todas iguais, por esta razão, todas elas, ainda que boas em particular, tomadas conjuntamente são muito boas, pois o nosso Deus criou “todas as coisas muito boas”.
– Procurei o que era a maldade e não encontrei uma substância, mas sim uma perversão da vontade desviada da substância suprema — de Vós, ó Deus — e tendendo para as coisas baixas: vontade que derrama as suas entranhas e se levanta com intumescência.
2 – Definição do Mal
Talvez a questão não seja tão complexa quanto pareça, se entendermos melhor o que é o mal. Percebo que no desenvolvimento desse assunto se faz necessária uma melhor definição do que seja “o mal” isso porque muitos pensadores deixaram uma lacuna, pois não se dedicaram mais intensamente na busca de uma definição básica desse conceito. É um erro tomar como definição do mal, os seus efeitos, como normalmente se faz. Ao pensar em mal imaginamos logo tratar-se de algo que causa o sofrimento, mas, na verdade, o sofrimento em si mesmo não é um mal, pode ser até um bem, se o mesmo produz vida e benefício a alguém. O mal pode, sim, causar um sofrimento maligno, destruidor, que gera a morte.
A maneira adequada de tratar o mal é vê-lo, não como tendo sido criado, mas como uma negação. Dessa forma, sua definição precisa de um elemento ao qual se referencie para ser definido. Assim, vou recorrer ao elemento ao qual o mal se opõe, ou seja, a mais alta virtude de toda a existência, a essência de Deus: O Amor. O mal é, então, a antítese do amor, o “não-amor”, ou a negação deste. Ao prosseguir nesse tópico vamos entender melhor o porquê da sua forma no universo criado por Deus.
Entendendo o Amor
Paulo, procura discorrer sobre o Amor com essas palavras:
1Co 13.1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.
1Co 13.2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
1Co 13.3 E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
1Co 13.4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece,
1Co 13.5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;
1Co 13.6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;
1Co 13.7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
1Co 13.8 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
1Co 13.9 porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;
Através das expressões acima podemos definir, a partir de suas características, a Matriz do Amor.
“Entendendo o Amor
Paulo, procura discorrer sobre o Amor em suas cartas.
Através das expressões acima podemos definir, a partir de suas características, a Matriz do Amor.”
Resumindo: o Amor essencial, constitui a virtude que torna um ser capaz de:
– Encontrar em outro [ser] algo tão importante e motivante como em si mesmo.
– Desejar tanto ao outro quanto pode desejar a si mesmo.
– Renunciar e se sacrificar por um bem que será causado a outro alguém que não a si mesmo.
– Alegrar-se tanto com o bem de outro [ser], como se fosse para ele mesmo.
– Ser ativo em busca do bem.
– Ser perfeito.
Logo é fácil entender as premissas contidas na seguinte afirmação:
Assim como a presença da luz ilumina e torna impossível a existência das trevas, a presença do Amor torna impossível a existência do mal. Logo, o mal não é uma substância criada, mas uma ausência da substância “Amor”. O mal é, então, um vazio, uma ausência de Deus, o “não-Amor”.
Entendendo o Mal
Se o Mal é, portanto, a ausência do Amor, ele só pode tomar forma em uma dimensão onde não existe o Amor.
Em oposição às características do Amor, podemos, então, definir a Matriz do Mal.
Resumindo, o mal é o vazio que torna um [ser] capaz de:
– Encontrar apenas em si mesmo algo importante e motivante.
– Desejar tanto a si mesmo quanto pode desejar o detrimento do outrem.
– Prejudicar e sacrificar os outros por um bem que será causado apenas a si mesmo.
– Alegrar-se apenas com o seu próprio bem.
– Ser ativo em busca de seu próprio bem
– Ser imperfeito.
Essa Matriz do Mal, tomando forma, na ausência do Amor, produz todos os efeitos negativos e destruição que costumamos nomear.
Para mim, a melhor definição de “Mal” seria o “Não-Amor”.
3 – O Arbítrio e Suas Possibilidades
No entanto, o questionamento e a controvérsia prosseguem: se o mal consiste na ausência de Deus, como pode ser gerada essa ausência? Ou seja, esse espaço vazio, onde o mal toma forma? Como pode existir uma dimensão sem Deus, sem seu Amor? Não foi Deus que tudo criou?
De que maneira, então, um ser criado detém essa capacidade?
Essa disposição só pode encontrar justificativa dentro do conceito teológico no qual a criatura racional possui o direito de executar uma escolha, isto é: no seu arbítrio. O arbítrio constitui uma característica importante e necessária na obra de criação, porquanto o Amor não poderá se manifestar e se expressar se não houver o arbítrio, isto é, a capacidade de escolha, a opção. Criar alguém sem o arbítrio seria o mesmo que criar “um ninguém” e não “um alguém”, uma pessoa. Uma pessoa pressupõe a capacidade de amar e, nessa condição, existe, necessariamente, a possibilidade de ela poder também escolher.
Sei que muitos acham que Deus deveria controlar tudo e a todos para que somente o que fosse bom acontecesse. Entretanto esse seria um conceito divergente da divindade no qual Deus seria o controlador absoluto. Essa possibilidade traz como consequência a supressão da liberdade de escolha, implicaria limitação, ou seja, qualquer escolha ou possibilidade de escolha seria bloqueada, impossibilitada, todos seriam como marionetes.
Entretanto, esse não é o método divino de operar nos seres racionais, criados para um propósito e constituídos com “livre arbítrio”. Não é próprio de Deus trabalhar assim. Seu amor não aceita que alguém seja acorrentado, programado, para estar com Ele. Estar com Deus é uma questão de opção! Deus ama a liberdade e não a escravidão, por isso nos fez livres, capazes, com opções. Assim o ser criado por Deus traz em sua constituição o livre arbítrio.
Ao criar o ser humano Deus estava ciente de que formando o um ser com essa capacitação, o mal, a escolha errada, a oposição, seriam uma possibilidade. E, mesmo diante disso, Ele jamais em toda história desistiu de mostrar o seu amor, inclusive se dispôs, desde a eternidade, a reverter qualquer erro que possamos cometer, mantendo o seu amor.
O que se deseja esquecer, frequentemente, é que o arbítrio é uma capacidade e um privilégio, porém traz consigo responsabilidade e consequência. Esse triângulo ou tríade – Arbítrio/Responsabilidade/Consequência – andará eternamente junto jamais seus elementos se separarão.
Veja a questão do arbítrio claramente expressa no episódio abaixo:
Gn 4:6 Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? 7 Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.
Assim a criatura ao exercer o seu arbítrio, executando uma escolha, assume a responsabilidade de sua decisão, e carrega a consequência de seu desígnio.
O Arbítrio é uma parte de nosso ser na qual compete, somente a seu possuidor, controlar como exemplificado na referência acima.
Dentro das alternativas existe a possibilidade de chegar-se a Deus ou se ausentar de Deus, opor-se a Ele ou se unir a Ele.
É por causa de escolha que a dimensão sem Deus é gerada, o espaço vazio, a dimensão sem amor.
Nesse espaço, portanto, o mal assume a sua forma, e as trevas se apresentam pela ausência da luz.
O mal não é uma criação de Deus, mas um efeito de sua ausência.
O mal já havia surgido muito antes de aparecer no mundo!
A Palavra de Deus, ao relatar a entrada do mal no mundo, refere-se a um agente (a serpente) que induziu o homem a errar e a desobedecer a Deus. Portanto, o mal não surgiu na terra, mas contaminou a terra. De onde então viera esse agente do mal? E como aconteceu isso? Quando ocorreu a primeira manifestação do mal? Esse agente já existia desde tempos que não podemos precisar. Mas quem era esse personagem? Como ele pôde se afastar de Deus gerando um espaço para atuação do mal?
As referências contidas na Palavra, versando a respeito do assunto e que nos faz entender melhor esse fato é a narrativa bíblica em Ezequiel 28:12-19 e em Isaías 14:11-15 e nas Palavras de Jesus.
As mensagens bíblicas, acima mencionadas, usam pessoas terrenas como figuras (rei de Tiro e o rei de Babilônia), mas seu objetivo é focalizar além da realidade humana. O personagem central a ser revelado nesses textos, em sua essência, trata-se de um ser espiritual criado por Deus. O que muitas pessoas não entendem, todavia, que esse é um recurso também usado na Palavra para retratar o caracter de um personagem que atua nessas pessoas. Portanto, isso acontece quando o espírito por trás da figura terrena é o mesmo da entidade exposta. É como uma câmera fotográfica que, inicialmente, em primeiro plano, focaliza o rei de Tiro, mas de repente, por um movimento de suas lentes, passa focalizar o espírito que se manifesta no rei de Tiro, que, no caso, é Satanás.
Alguns profetas e o próprio rei Davi expressaram também como para si mesmo eventos e sofrimentos que apontavam para a figura do Messias.
Ez 28.12 Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-te: Assim diz o Senhor Deus: Tu eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.
Ez 28.13 Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.
Ez 28.14 Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas.
Ez 28.15 Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniqüidade.
Ez 28.16 Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas.
Ez 28.17 Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei; diante dos reis te pus, para que te contemplem.
Ez 28.18 Pela multidão das tuas iniqüidades, na injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, à vista de todos os que te contemplavam.
Ez 28.19 Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; chegaste a um fim horrível, e não mais existirás, por todo o sempre.
Is 14.11 Está derrubada até o Seol a tua pompa, o som dos teus alaúdes; os bichinhos debaixo de ti se estendem e os bichos te cobrem.
Is 14.12 Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra tu que prostravas as nações!
Is 14.13 E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte;
Is 14.14 subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
Is 14.15 Contudo levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo.
Jo 8.44 Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.
De acordo com o relato acima, esse ser foi criado nas seguintes condições:
– Selo da Perfeição ( Era a referência para criação)
– Cheio de Sabedoria (Para exercer a sua função)
– Perfeito em Formosura (Para ser agradável)
– Estava no Éden, Jardim de Deus ( Referindo-se ao seu papel na criação)
– Cobria-te de toda pedra preciosa a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro (Referindo-se a ser possuidor da beleza e da riqueza da criação)
– Através dele foram feito os instrumentos de louvor (Seus tambores e seus pífaros) .
– Era o querubim ungido que “cobria” (Protetor da criação).
– Estiveste sobre o monte santo de Deus (Mais alta posição) .
– Andava no meio das pedras de fogo (Riquezas da criação) .
– Eras perfeito em seus caminhos. (Tinha capacidade para cumprir sua função)
– Estrela da Manhã ( Começo da Criação) .
– Filha da Alva (Alvorecer da Criação)
Com certeza trata-se de um dos primeiro seres criados por Deus. Deus o apresenta com muito poder e beleza. Portanto era competente e extremamente privilegiado para cuidar da sua criação, sendo essa a sua principal função. Esse ser no seu arbítrio, elevou-se, abandonou o plano de Deus, afastou-se corrompido pelo desejo de se tornar semelhante ao Criador Deus, assim ambicionava usurpar a glória de Deus, tomar posse de tudo e alçar-se acima do próprio Deus.
Vale ressaltar que o desejo de ser como Deus, trazendo a sua imagem, justa, santa, pura, boa, amorosa, é altamente aprovado por Deus. Tanto que nos deu seu Filho para que como filhos de Deus fossemos como Ele é! No entanto essa semelhança deve acontecer no universo do amor e justiça, tendo-o como Pai.
O problema da personagem acima é que ele quis sobrepor-se, estabelecendo seus próprios princípios e alterando toda a ordem da criação.
Pelo relato acima, esse evento é descrito da seguinte forma:
– Se achou iniquidade em ti
– Teu coração se encheu de violência
– Pecaste (Com o seu Plano):
Subirei ao Céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono.
Subirei acima das alturas das nuvens
Serei semelhante ao Altíssimo
– Elevou-se teu coração por causa da tua formosura
– Corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor
– Ele praticou inúmeras iniquidades
– Ele praticou a injustiça
– Ele profanou sua santidade
Mas ele não era perfeito?
Ser ou Não ser Perfeito: Entendendo a Perfeição
O fato de ele ter sido criado perfeito, não impediu que ele pecasse. Aí está a outra grande questão. Pois se ele era perfeito, como poderia ter pecado? Como tais presunções, arrogâncias, elações subiram ao seu coração? Não podemos nos esquecer de que a perfeição do ser se encontra na sua autonomia de decidir e de escolher. Assim se alguém não pudesse escolher, não seria perfeito como um ser.
Precisamos entender mais profundamente quanto ao conceito do que é a perfeição, pois a concepção vulgar que usamos nessas questões é que, se alguém é perfeito, não pode pecar; ora, mas se alguém não pode pecar, não é também um ser perfeito. Todos os seres que pecaram eram perfeitos antes de pecar.
Logo percebemos que a perfeição não subsiste por si mesma, porém ela deve ser mantida a cada dia, a cada instante, em um constante exercício do arbítrio.
O fato de ser perfeito não exclui da vida o desfile de todas as opções e possibilidades que existem à nossa frente e que podem ou não ser escolhidas. Um ser perfeito, ao escolher algo errado e absorvê-lo em si mesmo, poderá então experimentar a imperfeição e as consequências de sua escolha.
Observe que, diante da possibilidade de ser igual a Deus e se afastar de Deus, esse ser, ao invés de rejeitá-la, criou um vazio e implantou dentro de si a Matriz do Mal, pela ausência de Deus.
Mas de onde surgiu essa “tentação” que o fez agir assim? Alguma influência externa o induziu? Deus teve alguma participação nisso?
Segundo a Palavra de Deus é impossível que Deus tente ou induza alguém a cometer qualquer ato que vai de encontro com sua santidade:
Tg 1.13 Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele a ninguém tenta. Tg 1.14 Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; Tg 1.15 então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
Ele tentou a si mesmo, quis inventar e inventou, na verdade um grande problema para Deus e para humanidade.
Esse ser foi destituído de sua elevada posição, na presença de Deus. Porém por motivos além de nosso entendimento, não foi totalmente excluído e eliminado em seguida. A partir daí sua denominação mais comum passa a ser Satanás. Seu nome significa o adversário/acusador,aquele que se opõe.
Como uma possível teoria, posso apresentar a hipótese com base no fato de que, devido a sua influência sobre a criação, sua destruição imediata causaria um total caos no universo. Por isso, Deus precisou fazer uma obra cirúrgica e planejada para removê-lo bem como toda a sua influência. Além disso, Deus não é destruidor, e pela própria caracteristica de Deus, creio que esse mesmo ser teve uma chance e uma advertência dada por Deus, no sentido de colocar em prática o mal, o que ele prontamente rejeitou.
Essa forma de agir de Deus é emblemática na parábola do joio e do trigo, veja:
Mt 13.26 Quando, porém, a erva cresceu e começou a espigar, então apareceu também o joio. 27 Chegaram, pois, os servos do proprietário, e disseram-lhe: Senhor, não semeaste no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio? 28 Respondeu-lhes: Algum inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo? 29 Ele, porém, disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis com ele também o trigo. 30 Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro.
No exemplo supracitado, o joio é suportado para não sacrificar o trigo o qual, no tempo, certo será colhido e separado do joio. Tudo o que Deus tolerou e sofreu, Ele o fez por amor aos que Ele queria resgatar.
Deus sabia que isso podia acontecer? Era uma possibilidade! Por que Deus então prosseguiu com a sua obra? Sem dúvida, Ele não foi pego de surpresa por tal fato. Com certeza, Ele providenciou um recurso eficaz para eliminar todo o mal e seus efeitos e também para que, através da experiência toda a criação tivesse a chance de rejeitar para sempre a possibilidade do mal.
Observe como falamos anteriormente, Deus é eterno, só faz a sua obra dentro de um propósito viável que perdure por toda a eternidade. Por que então iria operar diferente por causa dessa possibilidade? Se o mal é passageiro e não eterno por que Deus iria permitir que a existência tomasse um rumo distante de seu propósito que vai durar a eternidade? Como poderíamos instruir nós a Deus que é eterno e imutável? Teríamos uma ideia melhor? Iríamos convencer a Deus a fazer algo que se dissiparia na eternidade por falta dos valores e dos elementos que Deus estabeleceu?
Nesse caso só podemos garantir que Deus é soberano. Ele exerce sua soberania mesmo diante de nosso arbítrio, liberdade, e escolhas, planejando todas as fases pelas quais devemos passar para que tudo tenha um fim, um sentido e um valor ao se entrar na eternidade!
O mundo exala dia após dia uma condição, onde é inegável a presença e o efeito do mal!
A Matriz do Mal está muito atuante no mundo causando dores, sofrimentos, injustiças, miséria e destruição. São consequências do ódio, do egoísmo, da ira, da soberba e da vaidade que controlam e escravizam a humanidade. Escutamos todos os dias os noticiários nos quais toda sorte de acontecimentos horríveis e funestos são cada vez mais assombrosos e alarmantes. Todos esses fatos apontam a síndrome da completa degradação moral e espiritual do ser humano criado a imagem e semelhança de Deus. São sinais visíveis de uma enfermidade da alma associados a uma situação gravíssima. Em outras palavras, são indicadores que revelam, principalmente uma afastamento constante de Deus, de seus valores e do Amor que é a verdadeira essência da vida. A ausência de Deus em nossas almas cria cada vez mais espaço para o “não-Amor” que destroi incompassivelmente as vidas humanas.
Seria normal aceitar isso? Você acredita que se trata apenas de ignorância animalesca? De algo intrínseco ao mundo animal do qual somos parte? Algo que com a “evolução” poderia melhorar?
Parece que não, pois se um animal não tem noção do que é o bem nós temos sim! Apenas não o praticamos, e por que não o praticamos? Porque a energia do Amor dentro de nós foi substituída pelo egoísmo.
Quando a Escritura diz: – Amarás ao teu próximo como a ti mesmo – significa que temos em nós mesmos a noção do bem: aquilo que queremos para nós mesmos. E sabemos querer este bem muito, muito mesmo, às vezes até demais, para nós próprios.
Sabemos o que é o bem. Entretanto, acontece é que não conseguimos fazer o bem perfeito, porque o mal está tomando o lugar central em nossas vidas. Não queira pressupor-se “bonzinho”, veja se você consegue praticar a Matriz do Amor! Certo que não , pois se o homem pudesse fazê-lo o mundo seria um paraíso, correto?
O mal é absurdo, inaceitável, horrível, nojento, tudo de ruim, mas está rolando solto, contaminando e penetrando em tudo e isso através de cada um de nós! Não seria mais lógico e razoável que todos praticassem o bem? Todos seriam felizes, todos estariam contentes, não haveria medo, etc, etc, etc. Se é tão lógico e bom por que não é possível? Por que não o fazemos? Por causa da natureza humana contaminada pela Matriz do Mal.
Como essa coisa horrorosa veio parar aqui, quem o trouxe, como entrou?
A criação e organização do mundo são expostas de forma simples e objetiva no livro de “Genesis”. Nesse livro apresenta-se também descrito o cenário onde acontece o evento no qual se identifica um fato chamado de “a queda do homem”, por meio do qual o mal teve acesso à humanidade. Vamos discorrer sobre contexto, mas, antes, procuremos entender o propósito da criação do homem.
O que chama a nossa atenção na narrativa e aponta para um propósito sublime nessa criação está em:
Gn 1.26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. 27 Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou
Ao criar o homem à sua imagem e semelhança, fica claro que Deus queria uma relação especial com o mesmo. Assim o homem foi criado com arbítrio e foi colocado em um ambiente no qual ele poderia exercitar essa imagem e semelhança inclusive fazendo escolhas.
Observe que nesse ambiente existiam opções:
Gn 2.9 E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Gn 2.16 Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; Gen 2:17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
O homem poderia manter sua condição de inocência, e jamais ter tomado o conhecimento do que seja o mal. Porém ele não se contentou com essa condição. Decidiu experimentar o fruto e ser como Deus, não em forma, mas em conhecimento sem limites! Esse era o fruto figurativo como ocorre na narrativa.
O homem tinha livre acesso a Deus e conversava com Ele todos os dias:
Gn 3.8 E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
Observe os elementos presentes no cenário:
1) A Opção:
– A Árvore da Vida no meio do jardim.
– A Árvore do conhecimento do bem e do mal.
2) O Convite de Deus
– De todas as árvores do jardim podes comer livremente (inclusive da Árvore da Vida, colocada no meio do Jardim, para chamar a atenção do homem).
2) A Advertência proferida:
– mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás;
3) A Consequência informada:
– porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
4) A Decisão humana:
Gn 3.1 Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4 Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.
Como se processou a queda:
A serpente aqui representa a influência de Satanás na escolha do homem:
a- Coloca o conselho de Deus, como uma limitação:
É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
b- Usa a Mentira, em contradição a palavra de Deus:
Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis.
c- Lança dúvidas sobre Deus:
Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.
Em momento algum a serpente tinha o poder de forçar o homem a tomar do fruto, mas isso só poderia acontecer se deliberadamente o homem o fizesse.
O homem acata a proposta de Satanás, desobedece a Deus e cede à tentação, deixando-se levar pela cobiça de ser igual a Deus e cai:
Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
Observe que nunca perguntamos como seria se o homem ao invés de ceder a essa opção, fosse e tomasse da árvore da vida. Certamente, o mundo seria bem diferente.
A linguagem descritiva do texto mencionado procura mostrar de forma figurada os elementos que estiveram presentes nesse processo, mas ilustra também o que aconteceu no mundo espiritual. Como o homem se afastou de Deus, desconfiando de seu plano, e, criou um vazio em si mesmo que foi preenchido pelo ego, sem a luz de Deus, assim mal começou a operar.
O homem através dessa escolha decidiu por conhecer o bem e o mal. E, nessa escolha, abriu a porta para Satanás atuar no mundo. O homem de agora em diante iria vivenciar as consequências de sua escolha através de uma terrível experiência com o mal no mundo.
A questão agora é mais uma vez, por que Deus permitiu, por que a serpente estava lá para tentar? Por que Satanás pôde oferecer a sua opção?
Esse ser exercia uma grande influência em toda a criação, inclusive no mundo. Veja como diz as escrituras a respeito:
Ez 28.13 Estiveste no Éden, jardim de Deus;
Podemos ver que a queda do querubim influenciou e colocou toda a criação em “check”, submetendo desde os anjos do céu até a terra à prova de seu arbítrio. Por causa de sua presença espiritual, cada um deveria ser confrontado e ouvir ouvir sua proposta. Cada ser criado foi provado e desafiado a se decidir em ficar com Deus ou rebelar-se.
Através do arbítrio do homem, o pecado entrou no mundo. Satanás teve, imediatamente, acesso e passou a ser um agente ativo no mundo para catalisar o mal, pois a porta lhe fora aberta quando sua proposta foi aceita. Se o homem rejeitasse a sua proposta, Satanás teria sido imediatamente vencido e eliminado.
Essa serpente, enquanto estivesse na condição de serpente, poderia ser rejeitada e pisada, todavia agora alimentado pela cobiça humana tornou-se um dragão, o destruidor, que vai procurar levar o mundo à escravidão e para destruição.
Apesar de nossa escolha, Deus não nos desamparou nem saiu de cena, por causa de nosso erro. Deixando assim, a humanidade ao abandono como muitos satanistas querem fazer acreditar. Deus já havia deliberado resgatar o homem desse estado de pecado e trazê-lo de volta.
Agora a dor e o sofrimento estende-se também ao próprio Deus, ao ferir a sua criação Ele também foi ferido pois o seu Amor sem limites fará tudo e qualquer coisa para resgatar o que Ele ama.
Ao longo de toda a história do homem vemos Deus presente e agindo em nosso favor, sem no entanto quebrar o que Ele já havia estabelecido em relação ao direito do homem de escolher.
O que nos choca hoje em dia, não é resultado do abandono de Deus, mas sim, o resultado das escolhas do homem!
6 – Solução para os Efeitos do Mal no Homem
O maior e mais nefasto efeito da decisão adâmica foi a “morte”, morte espititual, significando ausência de Deus. Depois dessa escolha, o homem estava capacitado a praticar o mal. Assim, iria conhecê-lo de perto e passar o resto e seus dias perguntando “porquês” ao ver as consequências desse mal.
Deus, conhecedor dessa opção do homem, tinha já proposto em seu coração, não desistir dele. A solução para humanidade estava no plano de Deus em redimir e restaurar o homem dessa morte.
A Solução prometida:
A Principal consequência dessa opção seria a morte, conforme fora predito por Deus. O homem “morreria”, isto é, estaria separado de Deus e não poderia ter a vida eterna nesse estado, por isso não poderia mais, nessa condição, tomar da árvore da vida.
A Árvore da Vida que estava no jardim era a opção de Deus, como descrevem as escrituras:
Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente. O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado.
Jo 1.4 Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;
A solução divina, desde então, foi prefigurada na morte de um animal para vestir o ser humano, e cobrir a sua nudez. Veja a narrativa bíblica:
– Solução humana, remediada por Adão e Eva foi criada no momento em que perceberam seu estado:
Gn 3.7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
Essa solução representa as filosofias e religiões que o homem cria para preencher o seu vazio.
– Solução que Deus providenciou
Gn 3.21 E o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu.
Ap 13.8 ……..Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
Gn 3.15 Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Assim, conforme o texto bíblicao, Deus precisou tomar uma animal e sacrificá-lo. Um animal teve que ser morto, cuja pele serviu para cobrir a nudez de Adão e Eva. Esse animal inocente representava Jesus como Cordeiro de Deus. Ele assumiu o pecado da humanidade e ofereceu a sua vida, substituindo da tal modo o homem na sua morte que pôde quitar completa e definitivamente aquela dívida impagável, pelos recursos terrenos. Dívida que havia da parte do homem para com Deus. Com esse recurso o homem poderia vencer restaurar a comunhão com Deus e voltar à vida.
De acordo com a profecia bíblica, o Redentor nasceria de mulher, tomando a forma de homem, e vindo para destronar o grande dragão e tirar o pecado da vida do homem.
Assim através de Jesus Cristo temos novamente a chance de nos unir a Deus e viver segundo a sua vontade, retornando ao propósito de Deus para nós: que fossemos todos semelhantes a Jesus.
Veja como a Bíblia relata a obra de Jesus Cristo em nos tirar do poder de Satanás pelo pecado, e nos restaurar:
1Jo 3.5 E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados; e nele não há pecado.
Hb 2.14 Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo;
Jo 1.12 Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
Jesus e a Matriz do Amor em sua vida e exemplo :
Através, e no poder, desse Amor que Jesus venceu todas as barreiras, abrindo mão de todos os privilégios, negando a si mesmo se identificando conosco, assumindo o nosso lugar na cruz!
Fp 2:8 e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
7 – Aniquilação do Mal e de Todos os seus Efeitos
A entrada do mal no mundo e sua atuação nesse período da criação trouxeram muitas questões complicadas à nossa vida, no entanto o mal terá duração transitória na existência e não terá lugar na eternidade.
Isso é o que está determinado por Deus, conforme predito em sua Palavra.
Uma criação eterna terá lugar, sem transitoriedade, onde o mal não encontrará mais espaço. Veja o relato profético, no qual a transformação de todas as coisas é descrita pelo Apostolo Pedro. Ele descreve o evento como um cataclismo de fogo em que o universo tal como conhecemos terá fim e todos os seus elementos se dissolverão dando lugar a um novo universo, em uma nova dimensão, perene e incorruptível.
Galáxias, sistemas estelares, planetas, moléculas, átomos, partículas elementares e toda energia que conhecemos hoje se desfarão.
Fim do Universo Espaço-Tempo como previsto na Escritura:
2Pe 3:12 aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
Ap 21.1 E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe.
Nessa nova criação, possuiremos a capacidade de sustentar a perfeição, o que não tinhamos na primeira fase, agora teremos.
– A situação desse novo universo será de completa felicidade e amor:
Ap 21.4 Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
Ap 21.6 Disse-me ainda: está cumprido: Eu sou o Alfa e o èmega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida. Rev 21:7 Aquele que vencer herdará estas coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.
Ap 22.3 Ali não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão,
O banimento do mal e de seus praticantes.
O mal será banido juntamente com aqueles que a ele se apegaram. Esses são os que preferiram as trevas mais do que a luz, os que rejeitaram toda e qualquer oportunidade de vida!
O lugar ou dimensão de banimento do mal é nomeado na Palavra de Deus como o “Lago de Fogo”, ou a “Segunda Morte”.
Esse local, representa a separação eterna e irreversível de Deus, do grande “Eu Sou”. É chamado também de “Segunda Morte” porque é um local com ausência absoluta de Deus, onde a essência do ser não existe.
Os que serão banidos são classificados na Escritura, como se segue abaixo:
1) A Besta e o Falso Profeta
Representam os governos e Religiões que se levantaram contra Deus tendo seu auge no Anticristo.
Ap 19.20 E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.
2) O Diabo
O adversário de Deus, indutor do mal.
Ap 20.10 e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos.
3) A Morte e o Hades (Inferno)
As efeitos e consequências do mal.
Ap 20.14 E a morte e o hades foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
4) Os iníquos
Os que se apegaram ao mal, e que preferiram as trevas à luz, e rejeitaram a vida.
Ap 21.8 Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.
Existirão lembranças do Mal?
Será que, na nova criação, nunca mais vamos nos lembrar do mal? Do que ele pode causar, dos danos e destruição por ele produzidas?
Ficarão duas coisas como memorial:
1) A Fumaça
Rev 14:11 A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre;
Creio que, como referenciado acima, poderá permanecer apenas uma fumaça subindo como uma sombra, um vislumbre, representando as lembranças daquele aprendizado que passamos. Significará uma “lembrança pedagógica” trazendo consigo um sinal de que o Mal nunca mais deverá ter lugar em nossas escolhas.
2) As Marcas em Cristo
Ap 5.6 Nisto vi, entre o trono e os quatro seres viventes, no meio dos anciãos, um Cordeiro em pé, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra.
Teremos também a visão das marcas deixadas em Cristo – “como tendo sido morto” – devido a paixão do seu sacrifício para nos resgatar do mal. As quais Ele vai carregar por toda a eternidade.
Porém o mal jamais se manifestará, pois foi vencido, e, não haverá jamais lugar para ele.
Fim do mal.