Seria necessário recorrer a pensamentos e lógicas complexas para entender Deus como princípio de todas as coisas? Crer ou não crer em Deus é uma questão racional, ou apenas uma escolha? Seria a fé o único fator envolvido?
Seria necessário recorrer a pensamentos e lógicas complexas para entender Deus como princípio de todas as coisas? Crer ou não crer em Deus é uma questão racional, ou apenas uma escolha? Seria a fé o único fator envolvido?
Garanto a você que crer em Deus não é mais complexo do que olhar o seu reflexo no espelho e crer que você está ali ou aceitar a lógica “penso, logo existo”.
Somos impulsionados pelo nosso raciocínio a buscar a origem de tudo, como tudo começou. Algo, de maneira inevitável, deveria estar no começo ou Deus com inteligência, sabedoria e propósito ou outra coisa qualquer, mas tem que haver um princípio. Normalmente, fazemos uma viagem no tempo, começando por nós mesmos e vamos regredindo no tempo, passando por nossos pais, avós, bisavós e, assim por diante, até chegar a uma terra caótica e inabitada, a qual possui apenas os elementos químicos dos quais se formou a vida. Esses elementos se combinam de forma perfeita até chegar a um ser humano altamente complexo em sua constituição.
Mas, de onde surgiu esta terra? Formou-se da poeira, dos gases e dos elementos espalhados pelo universo. Esses elementos também se aglutinaram e formaram estrelas e galáxias. Entre as quais se encontra nosso sistema solar e, bem lá na terceira órbita, nosso planeta terra, com todas as incontáveis condições para gerar a vida.
E esses elementos de onde vieram? De acordo com a teoria do “Big Bang”, todo o universo foi gerado a partir de um ponto de energia com volume infinitesimal que, de repente, se expandiu em uma explosão e velocidade inimagináveis, formando as partículas básicas, os átomos mais simples e depois todos os elementos da tabela periódica. Esses elementos mais simples se combinaram nas estrelas e galáxias que acabam formando os materiais mais pesados e que, numa dança astronômica, se aglutinaram a fim de formar os planetas.
Não podemos parar aí, certo? Somos confrontados, fatalmente, com outra questão: E esse ponto de energia gerador do universo de onde surgiu? Não importa a teoria, alguma coisa estava lá no começo. E quem a pôs lá? Ninguém? Então, “esse fenômeno” apareceu por si mesmo ou estava sempre lá e de repente expandiu para formar um universo complexo? Se não acreditamos em Deus, devemos, forçosamente, crer nisso não é? Alguma coisa estava lá no começo! Você não tem opção, deve crer em algo, senão como você estaria aqui?
Ora, crer no surgimento de algo que passa a existir sem que ninguém o crie, ou crer em algo que existia desde a eternidade por si mesmo, e essa coisa sem vontade, sem inteligência, sem sabedoria, sem propósito, desenvolve o complexo do universo e a vida, sem dúvida, não é mais fácil ou racional do que crer em Deus! Ao considerar isso, torna-se mais razoável afirmar a existência do Deus eterno pré-existente a todas as coisas que por sua vontade e propósito criou o universo e a vida.
O natural no nosso universo não seria o aumento da grandeza “entropia”? Onde as coisas tendem a se desorganizar para o caos e atingir o menor nível de energia possível. No entanto, a vida caminha no sentido contrário ao se organizar sistematicamente. Isso não nos leva a pensar: o que está por trás desses processos extremamente complexos, para não dizer infinitamente complexos?
Se não crermos em Deus como a Causa Primeira, seremos compelidos a crer em algo cuja origem apareceu do nada, ou crer em outra suposição de que algo já exista eternamente, no entanto, sem razão, sem propósito ou qualquer motivo se move e cria um universo, o harmoniza e constituem galáxias, sistemas solares, planetas com condições e elementos de vida, juntando as peças básicas até criar um ser complexo e pensante como o homem. Isso significa crer que o caos cria a ordem, o irracional cria inteligência, e assim por diante”. Portanto, crer que Deus existe não é mais difícil do que crer no simples e comprovado fato de existirmos.
A maior prova de que há um Deus se vê a cada dia quando surge o sol, no brotar de uma flor, ao nascer uma vida e em toda a harmonia e sabedoria das coisas visíveis. Os efeitos nos fazem procurar uma causa. Como está escrito na Palavra:
Rm 1.20 “Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis”.
Negar a existência de Deus não responde às questões existenciais e tal negação é tão complexa e improvável a ponto de nos levar a questões ainda mais difíceis de responder. Há uma sequência no pensamento lógico, um fato conduz a outro fato, ou um efeito exige uma causa, e assim, consecutivamente, até alcançar a Razão Primeira ou à Causa não-causada. Porquanto, iniciando com a pressuposição de que “Penso, logo existo”, necessariamente, preciso prosseguir no pensamento subsequente, isto é, se existo, logo fui criado, se fui criado, fui criado por: ” alguém” ou então por “algo”.
– No meu entender, existe um princípio de “semelhança” – analogia, paridade, relação – onde algo pode criar algo, caos pode criar caos, mas somente alguém poderia criar alguém!
“– No meu entender, existe um princípio de “semelhança” – analogia, paridade, relação – onde algo pode criar algo, caos pode criar caos, mas somente alguém poderia criar alguém!“
Podemos lembrar aqui até com algum sarcasmo de Aristóteles e sua ingênua teoria da “Geração Espontânea” onde afirmava que as espécies surgem por geração espontânea para explicar, por exemplo, como os vermes surgem em uma carne putrefata. Hoje isso não faz o mínimo sentido, porém temos uma teoria semelhantemente ingênua e tola ensinada até nas escolas da geração espontânea do universo. Isso é geração sem Deus, sem inteligência e sem propósito.
Minha conclusão é de que negar a Deus não é falta de fé, mas uma fé absurda no surgimento ou na existência espontânea e sem causa de todas as coisas e de toda a ordem e sabedoria no universo.